quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Velhice?!

"...por vezes eu me dava conta, com angústia, de que o nosso caso estava fadado a terminar, e em breve(referindo-se a Nelson Algren). Quarenta anos. Quarenta e um. Minha velhice germinava. Espreitava-me no fundo do espelho. O que me deixava estupefata era que viesse a mim num passo tão decidido., enquanto nada em mim estava de acordo com ela."
(...)
"desejo cada vez mais escrever sobre a velhice. Inveja dessa juventude tão mais avançada que nós, em parte graças a nós mesmos. Como éramos mal-nutridos, então! Como era rudimentar tudo que nos explicavam em filosofia, em economia, etc. Impressão (muito injusta) de tempo perdido pela humanidade às minhas custas. E é duro guardar com relação à nossa vida e ao nosso trabalho uma dimensão de futuro, quando nos sentimos já enterrados por todos aqueles que virão depois."

(A Força das Coisas, Ed. Nova Fronteira, 1995)

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